quarta-feira, 29 de junho de 2016

[Webseries/Review] Don't Hug Me, I'm Scared - Horror, Comédia e uma Crítica Bem Criativa que Vai Explodir sua Cabeça

Hoje venho por aqui falar  dos vídeos que, apesar de não serem tão recentes assim, tem viralizado bastante devido ao lançamento do sexto episódio, que abriu portas para milhões de teorias sobre a série. Vim para falar de Don't Hug Me, I'm Scared,

Eu sei que novamente atrasei a postagem (mesmo nem havendo um cronograma oficial, mas gosto de postar todo sábado), e provavelmente  vou atrasar a do próximo sábado também, mas é a vida, universidade em primeiro lugar, fim de semestre tá tenso.



Introdução a esse mundo psicodélico.

Don't Hug Me, I'm Scared é uma série de vídeos criada por Becky Sloan e Joseph Pelling e públicada através do Youtube e Vimeo além de ter uma área própria no Website dos criadores. Tendo seu primeiro vídeo lançado  em julho de 2011, a série ganhou certo reconhecimento, mas veio realmente viralizar nas últimas semanas, com o lançamento do sexto vídeo, que mostrou ser bem polêmico, parecendo amarrar as histórias que no inicio pareciam ser totalmente episódicas.

Mesmo com alguns adicionais nos mais recentes, os episódios seguem todos o mesmo conceito básico de apresentar um tema e explicá-lo de uma maneira semelhante a programas infantis,incluindo até músicas, mas, ao decorrer do episódio, deturpando esse tema e até contradizendo tudo que foi dito de maneira a ironizar a forma como algumas coisas, especialmente conceitos abstratos são ensinadas.

Como protagonistas, temos três personagens, usualmente chamados de Yellow Guy, Red Guy e Duck guy, por respectivamente serem um  garoto amarelo, uma coisa vermelha feita de fios e um pato verde. Em cada episódio eles são apresentados a um personagem "professor" que os ensina sobre algum tema. Os temas abordados até o momento foram, em ordem, Criatividade, Tempo, Amor, Tecnologia, Alimentação Saudável e Sonhos. Em todos eles, os professores se mostraram extremamente tendenciosos, limitando as interpretações dos protagonistas sobre os assuntos e inclusive punindo-os.



O motivo de chamar tanta atenção.

Quem começa a ver algum dos primeiros vídeos com certeza identifica uma temática infantil, afinal os episódios simulam um ambiente de programas infantis, incluindo personagens bem caricatos, como objetos com vida, e tendo protagonistas com um visual que lembra bastante os Muppets. A maioria dos vídeos começa de uma maneira bem alegra e tenta mostrar lições de vida, mas acaba falhando miseravelmente, e chocando o público ao introduzir elementos psicodélicos, gore e além disso mostrar como a mídia (e até a sociedade como um todo) impõe certos pensamentos nas pessoas.

Deem uma olhada rápida no primeiro episódio:



O vídeo começa repentinamente já com um conceito e este começa a desmoronar com o passar do tempo até que culmina exatamente com a decisão de jogar fora toda a ideia criada. É o choque ocorre, é isso que é atrativo.

Além de toda a essência inicial dos vídeos, também temos um número enorme de Easter eggs com o passar dos episódios, incluíndo a data 19 de Junho, que sempre é o dia em que ocorrem os episódios, fora estar as vezes escrita em outros locais durante os episódios.

No segundo episódio somos apresentados a Roy, pai do Yellow Guy, personagem sinistro que, inexplicavelmente, aparece em todos os episódios, seja abertamente ou escondido, e sempre apresenta um clima muito bizarro. Roy tem uma participação muito importante no sexto episódio.

Há muitas teorias tentando ligar os  que ocorrem nos episódios, especialmente devido ao grande plot twist que ocorre no fim do episódio quatro, alterando a estrutura lógica dos episódios até o momento.


A polêmica e perturbada história após o quarto episódio. * Um monte de spoiler *

No fim do quarto episódio, o Red Guy se cansa  de todas essas canções e aprendizado, então tenta fugir de tudo isso, apenas para encontrar a cena bizarra de uma montagem mal feita do que seria o primeiro episódio e tendo sua cabeça estourada. Isso tem consequências, no quinto episódio não há Red Guy e os outros protagonistas não parecem perceber isso diretamente, mas sentem algo diferente.

Yellow Guy e Duck guy tem que aguentar mais uma música, mas dessa vez ela para de fazer sentido rapidamente,fora ligações estranhas que estão recebendo, mas sem respostas, fazendo com que Duck Guy realmente sinta que algo errado está acontecendo e querendo fugir, o que acaba com uma terrível cena dele tendo suas vísceras comidas por uma lata. Coincidentemente, no fim do episódio Yellow Guy vai comendo o que parecem ser latas com vísceras, obviamente sem saber de nada. * O episódio acaba com Red Guy saindo de uma cabine telefônica* .

Já o sexto episódio é onde sua cabeça explode e a porra toda fica difícil de fazer sentido. É o primeiro episódio onde Yellow Guy já começa não querendo ouvir a canção, que fala sobre Sonhos. Mesmo não querendo, ele é forçado a ouvir tudo e é levado para um mundo de sonhos e depois para sua cama cheia de óleo...Numa mudança de cena, temos Red Guy, no que parece ser um escritório cheio de Red Guys, ele tenta ser criativo e fazer cançõezinhas, mas ninguém por lá parece apreciar isso, são todos bem chatos.

Ainda focando no Red Guy, ele se encontra em uma espécie de bar, cheio de Red Guys, e decide se apresentar no palco, parando a apresentação de piano que estava tendo, para cantar a canção sobre a criatividade, todos odeiam. Numa mesa longe, estava Roy. Tudo muda para uma sala preta, nessa sala tem uma máquina e nela é possível ver o que está acontecendo com o Yellow Guy. Red Guy começa a mexer nos botões da máquina e ficam mudando o professor que está cantando, também consegue fazer Duck Guy *ou apenas uma imagem dele* aparecer, mas, enquanto faz isso, aparece Roy e o para.

Num ato final, Red Guy vai até a parede e, sem saber o que vai acontecer, ele desliga a máquina da tomada (que é gigante). A cena muda para o início do primeiro episódio, mas cada personagem agora tem a cor que disse ser sua preferida no primeiro episódio. A folha do calendário passa de 19 pra 20 pela primeira vez. O bloco de notas diz sua primeira frase e acaba o episódio.

As Teorias.

Toda essa confusão que ocorre depois de episódios que inicialmente eram relativamente normais fez com que as pessoas começassem a quebrar a cabeça tentando entender o que diabos aquilo tudo queria dizer.

Há teorias que dizem que os protagonistas são crianças sendo "programadas" pela vida para ser adultos, uma das teorias mais interessantes que vi diz que tudo se trata sobre a mídia, fala sobre como as pessoas são privadas de sua criatividade e não podem seguir seus sonhos, apenas fazendo mais da mesma coisa. Roy Representaria a grande mídia nessa história (tanto que ele só não aparece no vídeo da criatividade) e Red Guy seria parte da pequena mídia, alguém que quer realmente entreter o público e não só ganhar dinheiro.

Apesar de haver muitas teorias interessantes, o que é mais provável é que se trate de um exercício de criatividade. Nós temos que criar teorias, fazer nossas próprias interpretações, por que é isso mesmo que todo episódio critica, o fato de termos ideias impostas a nós. Reforçando essa ideia, os criadores, quando perguntados sobre o que achavam das teorias, eles falaram que TODAS estavam certas, você pode e deve pensar o que quiser sobre tudo aquilo, abra sua mente.



Considerações finais e onde assistir.

A não ser que você tenha algo contra coisas um tanto quanto creepy ou bizarras, Don't Hug Me, I'm Scared é uma ótima diversão, vai te deixar pensando um pouco, vai grudar ao menos uma das músicas na sua cabeça, fora ser algo sem muito compromisso, apenas seis curtos episódios.

Só aquela dica de sempre, né, não se meta discutir isso com gente babaca demais ou que leva tudo muito a sério, imagino que deva ter teorias que são até mais bizarras do que deviam.

Para assistir original, temos o canal no Youtube e Vimeo.

Caso você queira assistir com legendas em português, tem essa playlist com os 6 episódios já.

Detalhe, a capa do canal oficial diz que mais episódios estão por vir.

Até a próxima!



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